troco

"

se
a
obra
é
a
soma
das
penas
pago
mas
quero
meu
troco
em
poemas

Alice Ruiz

foto: Alice Ruiz e Paulo Leminski

suave

"

the kiss, carrie schneider

the lovers, magritte
<3

turn_your_swag_on | perdiii | 95874074@N00 | shakethesky | alexdram | vi.sualize.us | nikolinelr | donalu |

No setor infantil da Feira do Livro, em Bogotá:

O Loucóptero é muito veloz, mas muito lento.


Na avenida costeira de Montevidéu, na frente do rio-mar:

Um homem alado prefere a noite.


Na saída de Santiago de Cuba:

Como gasto paredes lembrando você!


E nas alturas de Valparaíso:

Eu nos amo.


Do Livro dos Abraços, do Eduardo Galeano, que eu queria por todo aqui.

ai, eu amo a internet
amo a internet e essa vontade da gente de compartilhar as coisas que a gente gosta
giu,
demasiado bonito
demasiado
colaborarei
colabore também gritepoesias.com

tô apaixonada pelo “the ones we love”
o pessoal fotógrafo é convidado a registrar as pessoas que eles amam <3
aí a indiana.caba

mas como eu sou libriana e não consigo escolher um só

jennifer.cox
e muuuuitos outros para gente se apaixonar >>

a small project with a big heart
vai lá e faz o seu ………….. www.iloveyoumorethanblank.com

uma boutique de bicicletas >> só pra gente lembrar que o dia tá lindo lá fora >>

www.boutiquecycles.com

BABA

"

fuckyeahladygaga

via ju <3

Laura Wrona.
Um olhar lindo. E uma voz também.

ouva e baile!
youtube.com/watch?v=i_J4Kac5mpo

Todd Richardson. Not Terry, Todd mesmo.
Uma das coisas que eu mais gostei das fotos do Todd é o olho nas coisas, não nas pessoas, como o do beloved Terry ; )

Evgen Bavcar ficou completamente cego aos 12 anos. Vítima de dois acidentes consecutivos. Amo suas fotos em que sua mão encosta nos rostos. Amo também essas em que ele deixa o obturador aberto e faz montagens como a cena dos pássaros e o portão. Acho tão impressionante que eu não quero falar mais. Olha essa entrevista que ele deu à jornalista Lucrecia Zappi, quando suas fotos foram expostas no Brasil.

Se o senhor não vê, como enfrenta a distância que o separa da imagem das coisas?

Evgen Bavcar: Narciso morreu afogado porque não compreendeu que entre ele e a imagem existe a água. Eu sei que entre eu e a imagem há o mundo, há a palavra dos outros, uma grande distância. Entre as imagens reais que tenho. Há uma distância intransponínel de 40 anos de minhas recordações da Eslovênia. Não há perigo de morrer dessas imagens, porque não sou tonto como Narciso. Sou Narciso sem o espelho. Para mim, as imagens existem também através do olhar dos outros, que me falam, que me trazem, que me permitem ver.

O senhor tem então uma relação fundamentalmente verbal com o seu trabalho?

Bavcar: Claro, a palavra é uma parte da imagem. Tem a parte da palavra da imagem que é a parte da noite, do conto, da rapsódia grega que conta as coisas, e há a parte da imagem, que é a luz. Por exemplo, Deus antes de fazer a luz vivia muito solitário nas trevas, mas havia a palavra. Depois com a luz tinha também a imagem, que é a primeira imagem de Deus. O primeiro ícone de Deus é a luz. São Paulo, por exemplo, diz que nós vemos Deus através de um espelho, de uma imagem, mas na eternidade estaremos face a face. E estar face a face significa um outro registro das percepções.

O senhor também se encontra face a face com a memória?

Bavcar: Eu estou verdadeiramente face a face com as imagens da minha infância e posso falar dessas imagens com as pessoas da minha cidade, mas não das mesmas imagens, por pertencerem a uma memória muito pessoal. É uma memória da transcendência e imanência do meu corpo. Se outra pessoa me descreve uma foto, esta foto está em transcendência através do olhar do outro. Se eu fotografo uma pessoa, eu não verei nenhuma vez essa foto diretamente, e isso significa que essa foto é de uma trancendência inacessível, porque não é profanada com o meu olhar. Pode vir a ser profanada com o olhar dos outros, mas não com o meu olhar. Compreende isto? Sempre no invisível, sem o olhar físico. Com o terceiro olho eu vejo, mas não com estes olhos.

Por que o senhor fotografa quase sempre à noite?

Bavcar: Prefiro a noite porque o parâmetro noite é seguro para mim (risos). Posso controlar melhor a luz à noite.

E de manhã? O que o senhor fotografa?

Bavcar: Eu gostaria, se tivesse mais tempo aqui no Brasil, de fazer uma série de árvores que têm, para mim, uma simbologia muito forte (como o pau-brasil).

Como perdeu a visão?

Bavcar: Aos 12 anos, com um acidente perdi meu olho esquerdo. Um ano depois, com um detonador de minas, perdi o direito. Conhecia muito bem os fuzis, todas as armas, mas não detonadores de minas. Graças a Deus eu estava sozinho.

Ficou cego instantaneamente? Vê ainda alguma coisa? Vultos?

Bavcar: A cegueira chega pouco a pouco. Foi um adeus longo, de oito meses. Tive tempo de por em minhas caixas de recordação muitas coisas. Oito meses é pouco e é muito. É importante dizer adeus. É como abandonar uma mulher bonita numa estação de trem. O trem que vai para um túnel, onde, no fundo, há uma pequena luz. Essa luz é a do espírito, da interioridade. Esta é uma experiência muito pessoal que agora revivo por causa do meu trabalho com cores.

O senhor tem memória das cores?

Bavcar: A cor chega de longe. Sim, todas. Tenho uma palheta das cores da minha terra natal. Do que vi na minha infância. Faço um sistema de referências com essas cores. Posso associá-las a outras descrições. Por exemplo: é verde como a erva ao lado do rio durante a primavera, é castanho como o objeto da minha infância, é branco e cinza como uma determinada pedra que me lembro. Ou seja, minha palheta de cores das percepções das coisas da Eslovênia. Com esta palheta eu posso colorir todo o mundo.

O senhor sonha em cores?

Bavcar: Quase sempre em cores, às vezes em monocromos.

Como é viver em Paris?

Bavcar: Paris é uma cidade que cansa muito, mas é cosmopolita, o que é bom. Não é fácil viver em Paris porque é muito fria como cidade e as pessoas podem ser individualistas. Não é como antes, com os grandes tempos do surrealismo ou do existencialismo, mas é uma cidade de contatos. Eu sou naturalizado francês e uma coisa que eu gosto muito é o respeito pela cultura. Esta é grande qualidade da França.

Além destas fotos feitas no Brasil, o senhor tem outro projeto para ser realizado aqui?

Bavcar: Sim, é uma idéia conceitual, ligada à minha experiência. A última cor que eu vi foi o vermelho através de uma saia vermelha de uma menina fantástica na Eslovênia, que eu tive de olhar muito de perto, quase encostando os olhos na saia. Viajando com a TAM, encontrei uma aeromoça também com saia vermelha, como na minha última recordação da cor. Tenho vontade de fotografar o pau-brasil ao lado de uma brasileira que usa uma saia vermelha. O Brasil tem a cor vermelha.

O senhor, para falar de sua obra, cita Narciso, e carrega um espelho em forma de broche no peito. Por quê?

Bavcar: Muitas mulheres me perguntam com o olhar em silêncio: “Estou bonita, não estou bonita?”. Eu não posso responder rapidamente como os outros, com um gesto, com uma ação. Para não deixá- las frustradas, carrego este espelho (risos).

Quem pergunta? A mulher brasileira?

Bavcar: Não, todas as mulheres. Também os homens. As brasileiras são mulheres muito simpáticas e femininas. Quero muito fazer uma série, a partir da idéia do meu amigo Adalton Novaes, das mulheres brasileiras, que se chamará “As Últimas Mulheres”. Permita-me fazer uma foto sua, como recordação do Brasil.

Como me vestir, como descer uma escada sem cair 36 vezes, como não perder continuamente o nosso dinheiro, como comer sem jogar o osso de galinha no teto, como reconhecer nossos inimigos (…). Gala, com a saliva pretificante de sua devoção fanática, conseguiu construir para mim uma concha para proteger a nudez vulnerável do ermitão que eu era, de modo que, em relação ao mundo exterior, eu assumia mais e mais a aparência de uma fortaleza, enquanto dentro de mim seguia amadurecendo na maciez, e na supermaciez. E no dia em que resolvi pintar relógios, eu os pintei macios.

Do diário de Salvador Dali. No livro “A vida da musas”.

Para: Maria

Maria, I still love you >>